Epicondilite Lateral

A epicondilite lateral também é conhecida como cotovelo de tenista (Tennis elbow). Apesar do nome, é muito comum na população geral; não é exclusiva dos praticantes de tênis

É uma condição multifatorial que atinge indivíduos geneticamente suscetíveis quando são submetidos a micro traumas de repetição.

O epicôndilo lateral é um acidente ósseo presenta na região externa do úmero distal, e é o local de origem da musculatura extensora do punho e dos dedos.( Para não esquecer: O epicôndilo lateral está na região EXterna do cotovelo, origem da musculatura EXtensora) 

A patologia envolve principalmente o tendão do músculo Extensor radial CURTO do carpo (ERCC), podendo acometer também o tendão do Extensor Comum dos Dedos (ECD). 

A epicondilite lateral está associada a movimentos repetitivos e tabagismo, com a maioria dos pacientes entre 35 e 54 anos (pico aos 45 anos).

  Mais comum no membro dominante e não tem preferência por sexo.

Histologicamente falando, trata-se de uma tendinopatia degenerativa (tendinose) e não de uma inflamação. O tendão tem aparência acinzentada e friável ao exame macroscópico, e o exame microscópico de biópsias mostra achados histológicos de proliferação angiofibroblástica. 

Acredita-se que tanto a contração repetitiva dos extensores, quanto o atrito do ERCC contra a regiçao lateral do capítulo possa levar a degeneração do tendão, que irá tentar se reparar com proliferação fibrovascular.

Quadro clínico: Os pacientes queixam-se de dor no epicôndilo lateral ou na região levemente anterior e distal ao epicôndilo lateral (origem do ERCC), que é exacerbada pela extensão do punho e aos esforços.

Exame físico: Dor à palpação na topografia do epicôndilo lateral ou região adjacente.

Testes: 

– Cozen: Cotovelo flexionado, antebraço pronado, punho em neutro ou leve flexão. Paciente irá realizar extensão do punho e o examinar irá fazer resistência. Positivo se dor na topografia do epicôndilo lateral.

– Mill: Cotovelo estendido, antebraço pronado, punho estendido. O examinador faz movimento para flexionar o punho e o paciente deve resistir. Positivo se dor na topografia do epicôndilo lateral.

Diagnóstico: O diagnóstico é baseado na história e exame físico. 

– Ultrassonografia: Melhor custo benefício para diagnóstico.

– Ressonância magnética: Mostra aumento de sinal em T1 e T2.

-Radiografia: ajuda a excluir outras causas.

TRATAMENTO

 CONSERVADOR: Principal forma de tratamento, apresentando melhora em 80-95% dos casos. Porém tratamento longo e com recidivas no decorrer.

Envolve reabilitação, modificação de atividades, uso de AINE e analgésico para controle da dor e infiltração.

Infiltrações: Corticóide, ácido hialurônico e PRP( plasma rico em plaquetas). Corticóide é usado há longo tempo; uso de acido hialurônico e PRP ainda em estudo, benefício é controverso.

*Existe órtese/brace para epicondilite lateral. Uso e real benefício também são controversos.

CIRÚRGICO

Indicado na falha do tratamento conservador (após mínimo de 6 meses de tratamento). Pode ser feito por via aberta ou endoscópica.

Consiste na excisão da área de fibrose, desbridamento do leito e reinserção dos tendões.

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